Lucidez ludibriada
Poemas | Junia Tainá Nogueira FriesPublicado em 10 de Outubro de 2024 ás 17h 42min
Posto que é chama e “arde sem ver”,
Posto que é chama e queima,
Provoca desespero e angustia,
Como quem anda por aí sem teto,
Posto que deixa levemente embriagado,
Lucido,
Louco,
Desesperado,
Homem apaixonado,
Vendo coisas demais onde não tem,
Transformando deserto em oceano,
Pobre homem,
Pobre de mim,
Que acredito no seu olhar genuíno,
Nas suas doces falas cheias de coragem,
Falsas sinceridades,
Encantador de serpentes,
Gosta de mostrar os dentes e dizer coisas bonitas,
Foi dai que surgiram os contos,
Contando mais uma em sua lista,
Falso príncipes,
O que desfaz dos sapos se achando melhor,
Na verdade, pode ser pior que um sapo,
Um escorpião,
Sedutor aos olhos e ouvidos,
Dança conforme a música,
Enche de gestos e presentes,
Cuidado mulher,
Não aceite menos.
Inspirado no soneto de: (Amor é fogo que arde sem se ver, de Luiz Vaz de Camões; 1598).