LOUCURA DE UM POETA
Flor de sabugueiro
Branca como a neve
Perfume almiscarado
Química campestre
Sorve o tosco pecado
Que a alma padece
No coração dilacerado!
Doentio é o acalanto
Que no peito cresce
Chora pelos cantos
Pela dor entristece
A sofrer nos escombros
Quando envaidece
Caindo aos tombos!
As luzes negras
São ultravioletas
Composto fosforescente
Na tez permanente
Dos anéis dos planetas
Entre dedos videntes
Das ciganas perfeitas!
Noutro lado da morte
Não haverá vida certa
Terás o caminho da sorte
As pedras descobertas
Para o sul ou para o norte
A vida que se manifesta
Na loucura de um poeta!
Edbento!