Dentro do peito humano, um campo se desenha,
Lá dois lobos lutam, numa dança estranha.
Um é o amor, intenção serena e pura,
O outro é o ódio, força bruta e escura.
Qual deles vencerá, indaga um pensador,
O sábio Cherokee responde com fervor:
"Aquele que você mais alimentar,
É ele que seu destino irá traçar."
No coração do homem, nascem sementes de ação,
Cada ato, uma escolha, cada escolha, uma direção.
O amor floresce em gestos, em palavras de afeição,
Enquanto o ódio se esgueira na sombra da rejeição.
Mas a batalha não é simples, nem clara de se ver,
Os lobos uivam e rugem, tentando o poder.
O amor, com sua luz, um farol sobre o mar,
O ódio, com seu veneno, um perigo a calar.
Crescem os lobos em nós, em cada amanhecer,
Se alimentam dos sonhos, do que a alma tem a oferecer.
O amor se nutre de abraços, de perdão e compreensão,
O ódio, de ressentimentos, de mágoas e opressão.
E assim, vive o homem, num contínuo lutar,
Entre a escuridão e a paz, num constante sonhar.
Que possamos escolher, com sabedoria e desejar,
Alimentar o lobo que nos ensine a amar.
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Belíssima prosa poética. A saga metafórica de um lobisomem
ADAILTON LIMA | 10/07/2024 ás 14:30 Responder Comentários