Lida
Poemas | Antologia Bernadete Crecêncio Laurindo e convidados: Encontros e desencontros | ANDREA SIQUEIRAPublicado em 01 de Agosto de 2024 ás 09h 02min
Lida
Com a amiga aprendeu a limpar panelas
Com a mãe, o valor de cada lágrima
Herdou dos livros
A maneira como se expressava
O otimismo foi fruto da superação
E sua revolta, da voz velada
Era assim, um mosaico
De sorrisos ensaiados
E frases decoradas
Cópia original de tantos
Servia-se da graça das crianças
E da atitude dos jovens
Vampiro sem pudor,
De vida emprestada e sonhos furtados
Amadureceu e
A caixa de pandora visitou
Ansiava o amargo, o doce
Sincero ou falso
Experimentou com vigor
Arranhar sua imagem
Defendendo, segundo a segundo,
Aquilo que acreditava
Então, na virada da noite
Na novidade das paragens
Como Davi e Golias
Questionou sua alma:
Sou a companheira
Que sussurra segredos
E aperta tua solitária mão
Sou tua lida, tua existência
O casulo onde esperastes por asas
E o túmulo que sufoca tua beleza
Sou um tudo no mundo do nada
Uma escolha e uma opção
Saber, ignorância, dor e riso
Verdade da mentira
Mentira emanando a verdade
Sou caminhos e encruzilhadas
Parte e todo
Sou lida e sou vida
Sou a Vida cheia de lida!
E se sou intensa, usa tua força
Se sou branda, seja grata
Apenas me abrace e prossiga
Fazendo da lida, história
E da vida, legado.
Andréa Laurindo