LESEIRA DANADA
Estou me esbaldando na pasmaceira
Nem verso consigo pensar
Estou oca, vazia, sem eira nem beira
Assobiando, coçando e pouco me importando com o que vão falar
Pasmem ... não tenho nada para rimar
Aparvalhada, observando
Sem opinião e muito menos pensando
Só na maré me balançando
Balançando, Balançando
Pasmaceira de pensamento
Pasmaceira de sentimento
Preguiça só de pensar
Quero uma rede pra continuar balançar
Um nada gostoso de revirar
Um nada de nada para nadar
Uma leseira da pega
Só faço de quando em quando,
Com muito custo, e bem devagar
Que é pra não me cansar,
Um profundo e longo...
Suspirar.
Obs.: Este poema faz parte do livro Iziz de Andrade e seus Convidados.