LAMENTO DE UM RIO
Há! Que saudades que tenho
De muitos anos atrás,
Quando eu, o rio Cuiabá,
Ainda não era poluído.
Minha água era limpinha,
Deliciosa, fresquinha,
Onde o povo se banhava,
Para o calor refrescar.
A pesca era abundante
Via-se o peixe saltar,
Na mesa dos cuiabanos
Peixe era o prato principal.
Pintados, peraputangas
Dourados e piauçús
Jeripocas, curimbatás,
E o famoso Pacu
E essa grande fartura
Por muito tempo durou,
Muito peixe! Muita água!
Fresquinha, o homem tomou.
E eu tão maravilhado
Muita gente sustentei,
Fornecendo o alimento
Que em meu leito formei.
Os anos foram passando
E o homem nem percebeu,
O mal que vinha causando
A mim, grande amigo seu.
Começou a maltratar-me
Pensando só na riqueza
Usaram os poluentes
Agredindo a natureza.
Hoje vejo que esses homens
Sequer estão preocupados,
Continuam poluindo
Meu leito, já maltratado,
Jogam em mim os detritos
E tudo que não querem mais
E eu calado é que sofro
Entre suspiros e ais.
Sei que rio não suspira,
Mas hoje eu vou lhe dizer,
E gritar: Não me polua!
Pois eu preciso viver!
Pra matar a sua sede
E também te refrescar,
Não me matem, por favor!
Sou útil, vem me limpar!
Eu nunca pensei que o homem
De mim não fosse cuidar,
Que ele tivesse a coragem
De um dia me degradar.
Mas, eu vejo com tristeza,
Tudo isso acontecer
Me poluem, me destroem
Me fazem aos poucos morrer.
Sou parte da natureza
Que um dia Deus criou,
Quero ser como outrora,
Quando Ele me formou.
Se todos colaborarem
E fizerem sua parte
Então sim, serei bem feliz
Porque viver é uma arte.
Mafalda Moreno 03/07/2010 17h07m
Comentários
A natureza clama! Salvem a nossa fauna, nossa flora, nossos rios, enquanto há tempo!
Enoque Gabriel | 27/08/2023 ás 12:29 Responder Comentários