“Intolerância a quem convém?”

Poemas | 2025 - Antologia Elide Lopes e Convidados | Marlete Dacroce
Publicado em 30 de Dezembro de 2025 ás 16h 22min

“Intolerância a quem convém?”

Há tanta intolerância neste mundo
Será que nos esquecemos de olhar
O medo grita mais alto que o diálogo
E julgar virou hábito antes de escutar.

O ser humano, cansado de sentir
Vestiu armaduras para não doer
Camufla garras em pele de cordeiro
Finge bondade, na verdade não quer compreender.

Intolerância nasce quando o ego fala
E o coração se cala
Quando o outro vira ameaça
E não vê no espelho a própria falha.

Perdemos a essência do ser humano
Quando trocamos empatia por razão absoluta
Quando achamos que vencer um debate
Vale mais do que escutar a verdade.

Mas ainda há caminho de volta
Ele começa no silêncio que acolhe
Na coragem de perguntar sem atacar
Na humildade de aceitar que o outro existe.

Resgatar o ser tolerante
É reaprender a conversar sem ferir
É falar com verdade, ouvir com respeito
É discordar sem deixar de existir.

Tolerância não é concordar com tudo
É coexistir com dignidade
É lembrar que antes das ideias
Somos humanos buscando mudar o mundo.

E quem sabe o nosso mundo mude
No dia em que possamos entender:
Que não no grito que se transforma
Mas, no diálogo que alimenta o ser.

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