Muito se diz sobre a Lua e o Sol

as inspirações de qualquer romântico

ou de todo escritor autêntico

são o farol dos apaixonados

mas o que são esses astros, quando separados?

Não seria o Sol, a estrela mais brilhante,

apenas mais uma vítima de si mesmo?

Já que carrega o peso da vida

e brilha com um ardor tão humilhante

por saber que lentamente morre

por um universo que corre de seu fervor.

Pois que outra opção tem o Sol,

além do intenso calor da sua paixão?

Que transborda seu flamejante coração

e que, como um cintilante anzol

leva o resto do universo junto consigo, queimando quem chega muito perto.

E a Lua? Oh, a deslumbrante lua,

não seria ela simplesmente dependente?

Com sua beleza incandescente

e insuficiência, nua e crua,

já que, o que seria dela, sem seu amor?

Só um satélite, que nunca brilhou?

Quando se depende de um outro alguém,

que queima e consome tudo que ama,

só se resta a fama de sombra.

De que adianta que acentuem sua beleza,

se o dono dela não é você?

E nessa balada celestial continuam,

o Sol com sua paixão mortal,

e a Lua com sua beleza sentimental.

Mas o que virá a acontecer,

quando o Eclipse aparecer?