Houve um tempo,
quando as mangueiras maduravam
e caminhávamos nas ruas lamacentas:
Éramos inocentes!
Nos carreadores e estradas,
melancias entre os cafezais
saltos da ponte do Mãe do Céu:
Éramos inocentes!
Nas trilhas entre as amoreiras
traçávamos na ida
atrapalhando a volta:
Éramos inocentes!
Nas sombras dos abacateiros,
na água fria da bica do Rui,
feitos serelepes de um lado a outro:
Éramos inocentes!
As peneiradas errantes,
na lagoa do Água do Sapo,
no retorno as jabuticabas
era o café da tarde:
Éramos inocentes!
E assim, de inocência e inocência
construímos nossa história.