INFÂNCIA DIFÍCIL - INFÂNCIA FELIZ (Parte 3)
Cordel | Antologia Rosilda Vaz e convidados | Josivaldo Constantino dos SantosPublicado em 20 de Outubro de 2022 ás 16h 18min
INFÂNCIA DIFÍCIL - INFÂNCIA FELIZ (Parte 3)
Levantava madrugada
E o almoço ela fazia
Para o papai levar
Pro trabalho todo dia
Eu, já estava acordado
E íamos os dois pro roçado
Quando o meu pai saia.
E no bar da “Dona Nega”
Ambos íamos esperar
O caminhão de “boias frias”
Para poder embarcar
Esses dias eram assim
Na roça de amendoim
Nós íamos trabalhar.
Na verdade, era só ela
A única que trabalhava
Pois eu, com muita preguiça
Na sombra sempre parava
Achava aquilo ruim
Pois, bater amendoim
Muito, muito me cansava.
Naquele sol escaldante
Trabalhávamos o dia inteiro
Pra comprar o enxoval
Mamãe guardava o dinheiro
E em casa tínhamos que estar
Antes de papai voltar
Tínhamos que chegar primeiro.
Pois o papai não sabia
Que nós íamos trabalhar
Porque se ele soubesse
Óbvio, não ia deixar
E sem esse dinheirinho
Meu esperado enxovalzinho
Não poderia comprar.
Minha mãe com muito esforço
E trabalhando escondido
Foi na feira e comprou
O enxoval escolhido
Bem feliz ela ficou
Pois no seminário entrou
Seu primogênito querido.
Com quinze anos apenas
De minha casa sai
Fui morar no seminário
Da família me despedi
Iniciei nova vida
Mas da mãezinha querida
Eu nunca me esqueci.
Todo domingo ela ia
Contente me visitar
Me levava roupa limpa
E as sujas ia buscar
Com uma sacola na mão
E por não ter um tostão
Era a pé que ia lá.
Os amigos do seminário
Me davam roupa usada
Calça, camisa, cueca
Eu não enjeitava nada
A família não ajudava
Pois a condição não dava
A vida era apertada.
Material para o estudo
Eu nunca pude comprar
A “Obra das Vocações”
Se propôs a ajudar
Um adolescente pobre
Com um propósito muito nobre
Ao sacerdócio chegar.
Lá, eu trabalhei na horta
No jardim e no pomar
Também lavava banheiros
O corredor ia limpar
Os padres me ajudavam
Com os livros que faltavam
Pra que eu pudesse estudar.
Lá, eu aprendi tocar
O teclado e o violão,
Estudei e trabalhei,
Tudo com muita oração
Minha fé eu aumentei
Não fui padre, mas eu sei
Que me tornei bom cristão.
Levantava madrugada
E o almoço ela fazia
Para o papai levar
Pro trabalho todo dia
Eu, já estava acordado
E íamos os dois pro roçado
Quando o meu pai saia.
E no bar da “Dona Nega”
Ambos íamos esperar
O caminhão de “boias frias”
Para poder embarcar
Esses dias eram assim
Na roça de amendoim
Nós íamos trabalhar.
Na verdade, era só ela
A única que trabalhava
Pois eu, com muita preguiça
Na sombra sempre parava
Achava aquilo ruim
Pois, bater amendoim
Muito, muito me cansava.
Naquele sol escaldante
Trabalhávamos o dia inteiro
Pra comprar o enxoval
Mamãe guardava o dinheiro
E em casa tínhamos que estar
Antes de papai voltar
Tínhamos que chegar primeiro.
Pois o papai não sabia
Que nós íamos trabalhar
Porque se ele soubesse
Óbvio, não ia deixar
E sem esse dinheirinho
Meu esperado enxovalzinho
Não poderia comprar.
Minha mãe com muito esforço
E trabalhando escondido
Foi na feira e comprou
O enxoval escolhido
Bem feliz ela ficou
Pois no seminário entrou
Seu primogênito querido.
Com quinze anos apenas
De minha casa sai
Fui morar no seminário
Da família me despedi
Iniciei nova vida
Mas da mãezinha querida
Eu nunca me esqueci.
Todo domingo ela ia
Contente me visitar
Me levava roupa limpa
E as sujas ia buscar
Com uma sacola na mão
E por não ter um tostão
Era a pé que ia lá.
Os amigos do seminário
Me davam roupa usada
Calça, camisa, cueca
Eu não enjeitava nada
A família não ajudava
Pois a condição não dava
A vida era apertada.
Material para o estudo
Eu nunca pude comprar
A “Obra das Vocações”
Se propôs a ajudar
Um adolescente pobre
Com um propósito muito nobre
Ao sacerdócio chegar.
Lá, eu trabalhei na horta
No jardim e no pomar
Também lavava banheiros
O corredor ia limpar
Os padres me ajudavam
Com os livros que faltavam
Pra que eu pudesse estudar.
Lá, eu aprendi tocar
O teclado e o violão,
Estudei e trabalhei,
Tudo com muita oração
Minha fé eu aumentei
Não fui padre, mas eu sei
Que me tornei bom cristão.
Comentários
Que belo relato. Uma biografia de vida!
ENOQUE GABRIEL | 21/10/2022 ás 08:53 Responder Comentários