Como dói em mim não ser compreendida,

Não ser aceita do jeito que sou.

Nas linhas da minha vida, um eco silente, um clamor.

Busco em cada olhar, em cada gesto,

Um sinal de aprovação,

Mas encontro apenas o vazio, a indiferença, a negação.

Como dói em mim não ser compreendida,

Não ser aceita do jeito que sou.

Minha essência, aos poucos, desvanecendo,

como o último raio de sol que se pôs.

Neste teatro da vida,

eu me esforço para desempenhar meu papel,

Mas a plateia, indiferente, não vê além do meu frágil véu.

Como dói saber que tudo que há em mim incomoda.

Cada riso, cada lágrima, cada sonho que ousei ter.

Em cada esquina da minha alma,

um pedaço de mim se esconde,

Temendo que a verdadeira essência,

quando revelada, desaponte.

Como dói saber que tudo que há em mim incomoda,

E ainda assim, por amor, tento me moldar, tento me refazer.

Mas a cada transformação, um pouco mais de mim se perde,

Deixando um vazio, uma saudade,

do que um dia eu pensei que fosse.

Deixo gravado o peso da minha dor,

A esperança de ser aceita como sou,

de encontrar algum valor.

Que um dia, talvez, eu possa ser compreendida,

Sem ter que esconder quem sou,

Vivendo uma vida que não é minha.