Idioma dos anjos
Poemas | Rosilene Rodrigues Neves de MenesesPublicado em 07 de Novembro de 2025 ás 08h 57min
Ó linguagem dos anjos, tão pura e divina,
Que em suaves melodias entoa seu canto,
Por mais que eu busque em sonetos a rima,
Se o amor não habitar em mim, tudo é pranto.
Em céus de luz, sua fala resplandece,
Mensagens etéreas que o coração guia,
Mas sem o calor que o amor estabelece,
A beleza do himno se torna agonia.
De que serve o verbo que transforma o mundo,
Se a essência que emana é vazia e fria?
Meus lábios sinalizam um amor profundo,
Mas sem a chama, toda voz é sombria.
Ó anjos, que falam em línguas celestes,
Curem minha alma, inundem meu ser,
Pois a arte de amar faz grandes gestas,
E o eco do amor é o que faz viver.
Mesmo que os sons se elevem aos altos,
E as estrelas escutem o que quero dizer,
Sem o amor pulsando em meus frágeis altos,
Tudo o que sou não passa de um viver.
Que vale o dom, que vale o talento,
Se não há ternura a guiar a minha mão?
Em versos despidos, qual é o meu intento?
Ser sombra de nada, sem inspiração.
Pois o amor é a luz que acende a verdade,
É a força que une, que faz tudo crer,
Andar por caminhos de pura amizade,
Fazer da vida um eterno querer.
Então, que as vozes se unam num canto,
Que o amor, como vento, não cesse de soprar,
Pois por mais que eu fale a língua do encanto,
Sem amor que pulsa, só há vazio no ar.
Ó linguagem dos anjos, sem amor és só lamento,
Tu que elevas a alma em sinfonias de paz,
Que cada palavra em meu peito é um vento,
E que o amor, em essência, sempre prevaleça, sempre nos traz.