Harmonia do Absurdo
Poemas | Carlos Roberto RibeiroPublicado em 29 de Setembro de 2024 ás 12h 19min
Enquanto os pássaros pastavam, os cavalos voavam suavemente, e o céu, repleto de peixes dourados, cantarolava um hino ausente.
As árvores corriam pelos campos, com seus galhos como pernas dançantes, e os rios, ao contrário, subiam montanhas, em espirais de água incessante.
As nuvens, sem pressa, engarrafavam o vento, para vendê-lo aos montes cansados, enquanto as pedras saltavam de alegria, virando estrelas no chão esparramado.
E o sol, cansado de brilhar no céu, pediu à lua uma sombra amarela, para que, juntos, pudessem acender o mar que dormia embaixo da janela.
No fim, a terra girava ao contrário, e o tempo, em seu terno vermelho, jogava cartas com o infinito, enquanto o amanhã virava
espelho.