Há paz no cais

Poemas | Antologia Ingrid Mohr e convidados: Vivências e essências | Romeu Donatti
Publicado em 29 de Julho de 2024 ás 15h 53min

De joelhos, agradeço a Deus,

pela família, pelos meus.

Reverencio meus ancestrais.

Honro, com amor, meus pais.

Que são porto.

Que são cais.

 

Que me tornaram um ser inteiro,

embora eu seja apenas parte.

Que são peças miríficas

da mais refinada arte!

 

Que trilharam um caminho

e construíram uma história.

Que me desvelaram a beleza da rosa,

bem como, a serventia do espinho.

 

Que, sábios, me fizeram perceber

a importância de um puxão de orelha

e de um gesto de carinho.

E do amor, a centelha

sempre acesa dentro do peito.

 

Que o mundo é perfeito,

desde que saibamos

lidar com suas imperfeições.

Que ora temos calmaria,

ora torvelinho.

Por vezes, um mar de rosas

noutras, desalinho.

 

A tempestade e o arco-íris.

Um dia de cada vez.

No fim da tarde, a catarse,

e, entre o dia e a noite

a certeza d’outro alvorecer.

 

Meus amados pais.

Que são porto.

Que são cais.

Que são paz!

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