Noite alta...Fecham-se os humanos olhos
Estrelas abrem suas pálpebras no escuro espaço
Todos na relva dormem longe dos abrolhos
E o leito de homens extenuados fica a um passo
Combatentes se entregando nos braços de MORFEU
Somente em pé um soldado está de vigília
À beira da trincheira onde ele não se escondeu
Atento à luz da lua que, nessa tarefa, o auxilia.
Ele sonha mesmo estando acordado...
Memorias de tempos que já se foram
Momentos vividos em seu recente passado
Enquanto ao longe de bombas estouram
Então ele se pergunta num monólogo
Onde estarão aqueles anos passados
Como irá escrever do seu futuro um livro o prologo
Se rascunhos dele jazem no chão, amassados
Agora, no ápice do sonho, ele delira
Louco, querendo consertar o mundo
Como Nero ele entoa sua imaginaria lira
E cai, sem querer, num sono profundo
A noite começa a fugir devagar.
Fecham-se os olhos dos exaustos astros
E o soldado ainda sem acordar
Talvez, em chão minado, andando está de rastros
Raiou o dia... Ele acorda ainda temeroso
Busca pelos companheiros de fardas rotas
Nada mais vê daquele exército rumoroso
Somente bandeiras brancas no ar, livre soltas
Terminado está o seu auto combate
Perigoso: o soldado solitário saiu
VITORIOSO!
Comentários
Um belo poema!
Enoque Gabriel | 22/08/2022 ás 17:50 Responder Comentários