GUERRA INTIMA

Poemas | Lene Santos
Publicado em 22 de Agosto de 2022 ás 16h 14min

Noite alta...Fecham-se os humanos olhos

Estrelas abrem suas pálpebras no escuro espaço

Todos na relva dormem longe dos abrolhos

E o leito de homens extenuados fica a um passo

 

Combatentes se entregando nos braços de MORFEU

Somente em pé um soldado está de vigília

À beira da trincheira onde ele não se escondeu

Atento à luz da lua que, nessa tarefa, o auxilia.

 

Ele sonha mesmo estando acordado...

Memorias de tempos que já se foram

Momentos vividos em seu recente passado

Enquanto ao longe de bombas estouram

 

Então ele se pergunta num monólogo

Onde estarão aqueles anos passados

Como irá escrever do seu futuro um livro o prologo

Se rascunhos dele jazem no chão, amassados

 

Agora, no ápice do sonho, ele delira

Louco, querendo consertar o mundo

Como Nero ele entoa sua imaginaria lira

E cai, sem querer, num sono profundo

 

A noite começa a fugir devagar.

Fecham-se os olhos dos exaustos astros

E o soldado ainda sem acordar

Talvez, em chão minado, andando está de rastros

Raiou o dia... Ele acorda ainda temeroso

Busca pelos companheiros de fardas rotas

Nada mais vê daquele exército rumoroso

Somente bandeiras brancas no ar, livre soltas

 

Terminado está o seu auto combate

Perigoso: o soldado solitário saiu

VITORIOSO!

Comentários

Um belo poema!

Enoque Gabriel | 22/08/2022 ás 17:50 Responder Comentários
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