Ouço gritos que não vêm das margens do Ipiranga.
São gritos que vêm das margens da cidade.
É o grito da fome daqueles que sabem
O que é passar necessidade...
Ouço gritos que vêm de dentro de muitos lares
É o grito dos pais desempregados.
Ouço gritos que vêm do seio de tantas famílias
É o grito de quem perdeu um ente querido
Vítima da violência no trânsito,
Vítima de uma bala perdida,
Vítima de um abuso, de um assédio...
Ouço gritos que vêm de norte a sul
É o grito daqueles que sofrem
Com o preconceito, com a discriminação,
Com a exclusão...
Ouço gritos que ecoam entre quatro paredes
É o grito de centenas de mulheres
Agredidas a cada minuto...
Ouço gritos que vêm dos corredores das escolas
É o grito de milhares de professores,
Clamando pela valorização do seu trabalho...
Ouço gritos em cada canto desse país
É o grito que vem das florestas, dos rios,
Dos animais,
Dizendo a todos que eles querem
Somente viver em paz...
Ouço gritos que deixam o meu coração
Sem esperança
É o grito das nossas crianças
Que têm sua vida abreviada,
Justamente por àqueles que deveriam
Lhes dar assistência...
Ouço gritos que não são de LIBERDADE
São gritos denunciando
Todo tipo de CRUELDADE...
Comentários
É isso, cara poetisa, temos que denunciar, mesmo que dessa forma velada. Tem ainda o grito sufocado daqueles que não conseguem gritar! Parabéns!
ENOQUE GABRIEL | 07/09/2022 ás 18:04 Responder Comentários