Gauchei tri legal
Hoje ao acordar, manhã se fazia.
Bah, que madrugada fria!
Daquelas que faz tremer butiá.
Sem tirar a mão da algibeira,
Enquanto frio eu dormia,
Sem arengar com o nascer do dia
E sem acordar minha piá.
Acender a lareira, foi brincadeira!
Ala-putcha-tchê, vivente!
Estava um gélido tão insistente
Que deitava o cabelo do indigente,
A ponto de renguear o cusco.
Dando um vareio na gente,
Deixando abichornado e carente,
O desejo de uma la minuta, bem quente,
Era frequente no meu estômago!
Pozolha, fico aqui atucando.
Não vou ficar aqui chineleando.
Este frio acaba passando,
E eu tenho aqui tanto achego.
Frio não vai me deixar esgualepado,
Pois sou bonito, moreno, colhudo.
Barbaridade, aqui é um peão gato,
E um friozinho não me bota medo!
Um mate amargo eu vou cevar.
Mais tarde também vou churrasquear.
Num upa este friozinho vai passar.
Vou pelo pampa na lida do gado.
Vou abrir a cancha e esperar.
Minha bruaca logo vai acordar.
Ela sempre me ajuda a pelear.
Não sou um galdério, sou guapo
amado!
Edbento