Escoa entre os dedos os anos,
E eu nada posso fazer.
...mais uma primavera febril
E hostil se vai.
Hold on
Hold on
Entre os canteiros
A saudade
...do que se foi,
Do que não foi e
do que se vai.
O antes e o depois
Diante dos meus olhos.
...e novamente na minha retina mental,
povoam as formigas num amontoado de ossos,
Como nos quadros de Dali,
Confirmando a fragilidade da vida mais uma vez.
Quão “fugaz”,
Como canta Marina Lima...
Tempo generoso e cruel
Hora Carrasco cego e injusto,
Hora Juiz benevolente.
...e permaneço com minhas mãos em forma de concha voltadas para o céu, como antes,
Ofertando o que tenho
implorando o que não tenho
...e a misericórdia de Deus me olhando, entre as cortinas do eu.
Hold on
Hold on
É preciso ficar firme,
...a casa sobre a rocha. -Lembra?
Aguardar as dádivas do tempo e suas promessas.
Fugaz;
É o tempo que se escoa
Que se doa
Que perdoa e afaga
Seus cabelos branco-neve
Sua alma alva, solta e leve
Alvejada pelas dores do mundo.
Um corpo como um feixe de ossos,
no colo de um bem-amado
Bem cuidado, com todo o afeto que cabe no mundo
Por um segundo de dor,
De amor.
Hold on
Hold on
Deixe que eu cuido de você.
Obrigada tempo!
Por todo o tempo que eu estive ao teu lado
e pelo que estivestes ao meu!
Comentários
Belíssimo.
Eidi Martins | 12/09/2022 ás 21:53 Responder ComentáriosParabéns. Lindo poema!
Lia Reis | 12/09/2022 ás 23:56 Responder Comentários