Folha de Outono

Poemas | Antologia Rosemeire Santos e convidados: Manhãs de outono | Romeu Donatti
Publicado em 29 de Julho de 2024 ás 14h 59min

A folha se desprende do galho,

em tom crepuscular.

Está cansada

e precisa repousar.

 

Antes do solo tocar

se esgueira pelo ar.

Levita.

Saltita.

Solitária voa.

Dança.

Balança.

Sobrevoa

o galho seco,

ingrato,

no balé do vento,

ressoa.

 

É chegada a hora!

A verde folha de outrora

sabe dos ritos da vida.

Missão cumprida!

Tempo de descansar.

 

Encontra delicadamente o chão.

Tudo acabado!?

Não!

Ledo engano.

Parece insano,

novo plano,

é recomeço.

 

Sou folha diariamente.

Me desprendo.

Danço.

Balanço a poeira.

Voo.

 

Sou folha verde e seca.

Sou recomeços.

 

Folha resiliente.

Revestida

de fragilidade aparente.

 

Por assim dizer, ouso.

Tal qual folha outonal,

(re)pouso.

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