FERA FERIDA
Corto a carne, vejo-me sangrando
Morcegos taciturnos morrendo
Pelo viscoso veneno
Rúbeo escorrendo
Sou animal
Sou letal
Sou mal!
Alma em ranhuras, face dilacerada
Pelas dores assoberbadas
Das expostas fissuras
Sou fera ferida
Sou selvagem
Destemida
Possuída!
Instinto em pânico, traços pálidos
Pelo medo desenfreado
Amarelado no flanco
Não sou covarde
Vou para luta
Na coragem
Absoluta!
Batalha sangrenta, fastio da guerra
No desfecho se encerra
Às vezes nesta vida
Para ser revivida
Cura-se o corte
E ante a morte
Há sobrevida
Com a sorte!
Edbento!