Falsos Amigos
Me chamavam de irmão,
mas só apareciam quando era festa.
Na hora do aperto?
Sumiam feito fumaça.
Me ouviam pra saber,
não pra entender.
Me abraçavam por costume,
não por afeto.
Falsos amigos são bons de teatro,
mas ruins de alma.
Sabem sorrir,
mas não sabem ficar.
Hoje eu não peço mais nada.
Nem presença, nem explicação.
Só deixo ir.
Porque quem mente afeto
não merece espaço.
E se um dia voltarem,
vão encontrar silêncio.
Do tipo que fala mais
do que qualquer palavra.
Silvia Santos