Eu sou um barquinho de papel
Poemas | Rosilene Rodrigues Neves de MenesesPublicado em 01 de Dezembro de 2025 ás 19h 13min
Eu sou um barquinho de papel
perdido,
dobrado às pressas por mãos sonhadoras,
lançado ao mar cósmico,
um oceano de estrelas.
Navego na ilusão profunda da Via Láctea,
um rio de leite celestial,
constelações cintilando como faróis distantes,
guiando-me, talvez, para lugar nenhum.
Minhas velas, feitas de sonhos desfeitos,
tremulam na brisa etérea do espaço,
levando mensagens escritas em tinta invisível,
cartas para ninguém, talvez para mim mesmo.
A escuridão me engole,
um vazio preenchido por poeira estelar,
e a promessa de novos mundos,
novas miragens a serem perseguidas.
Sou frágil, descartável,
uma origami efêmera,
mas carrego em mim a fé infantil,
a esperança tola de alcançar o sol.
Afundo e flutuo,
à deriva em um mar de possibilidades infinitas,
um náufrago espacial,
abrigado na vastidão silenciosa.
E quem sabe,
talvez,
um dia,
eu encontre meu porto seguro,
uma estrela cadente para chamar de lar.