Sei bem que, ao meu lado, não há ninguém
Mas eu quero pedir um par de luvas
Frio sentes talvez, pondera alguém
Ou bêbado estás a andar em curvas .
Porém não tenho frio nenhum
Preciso apenas me proteger
Pois minhas mãos estão prestes a sofrer
E não vejo auxilio capaz algum.
Basta que olhem ao meu redor
Vocês não veem o que vejo eu?
Estou cercado por um espesso jardim
E ninguém avisto que possa ter dó de mim
São flores que eu mesmo cultivei
E todas elas cercadas por uma couraça
Nenhum ramalhete na minha vida abracei
Pois das flores sempre algo me ameaça
São delas uma extensão vital
Cravados nas hastes eles me fazem mal
Falo dos arraigados e cruéis espinhos
Que teimam em fazer nas flores seus ninhos
Minha colheita, então, nunca farei
Voltas e voltas nessa prisão eu dei
Minha vida é um inacessível jardim
Onde os espinhos estão plantados em mim...
Comentários
Ôh amada! Sinto dor em mim pois vivi esse isolante esse dasalenyo
Marlete | 23/08/2022 ás 16:10 Responder ComentáriosPor vezes sentimos espinhos perfurando nossa alma, a aflição é medonha e a cruz se faz pesada! Belo poema!
Enoque Gabriel | 24/08/2022 ás 10:00 Responder Comentários