Caminho pelas ruas cheias de passos apressados

Os semáforos alternam o ritmo da cidade

Enquanto o murmúrio constante dos carros rabisca o dia.

Nas vitrines  reflexos de vidas dispersas

A correria matinal encontra sorrisos e olhares distraídos.

Bebedores de café enchem as lanchonetes com suas histórias não contadas

O aroma dos grãos torrados se mistura ao concreto aquecido.

Rostos desconhecidos cruzam meu caminho

Cada um com suas batalhas silenciosas e esperanças guardadas.

Bicicletas deslizam pelas ciclovias, leves como a brisa de verão

O som dos pedais é uma música suave em meio ao caos urbano.

Nas paradas de ônibus, conversas as vezes em silêncio pontuam a espera,

Tempos compartilhados entre aqueles que seguem rumo ao destino.

Há crianças brincando em parques cercados de prédios altos,

Risos, gritos ecoam entre os balanços e escorregadores coloridos.

Grafites cobrem muros, expressões em meio ao cinza,

Histórias pintadas que revelam o coração pulsante da cidade.

Os mercadores gritam suas ofertas nas feiras livres,

Frutas frescas e legumes vibrantes competem por atenção.

E eu, caminhando, respiro a cidade em cada passo,

Absorvo a energia de um lugar que nunca dorme.

Os sinais do cotidiano são poéticos em sua simplicidade,

As mãos que se encontram, os abraços rápidos na despedida.

Um músico de rua toca sua melodia sincera,

Sua música, uma trilha sonora para momentos fugazes.

Na calçada, um artista de rua cria figuras de giz,

Desenhos que desaparecerão com a primeira chuva.

Pela janela de um prédio, vejo um gato observando o movimento,

A cidade refletida em seus olhos tranquilos.

A vida urbana, essencialmente leve,

Um fluxo contínuo de histórias e segredos.

E eu, parte deste vasto mosaico, encontro meu lugar

Essencialmente leve, seguindo o ritmo das ruas.