Meu bem, há tanto tempo que não escrevo
Mas hoje o coração pediu tua voz
Fiz deste verso o meu abrigo manso
Só pra contar que ainda penso em ti
Guardei teus olhos em velhas canções
E tua ausência em páginas do tempo
Não foi o fim que doeu em minha alma
Foi o vazio que ficou depois
Tua partida ainda vive em mim
Como uma dobra mal feita no lençol
E mesmo agora que tudo mudou
Meu sentimento não perdeu tua forma
A vida é feita de chegadas tortas
E do amor que a gente não viveu
Tu foste sonho, flor, eco e silêncio
E ainda moras no que não se diz
Com ternura eterna, Eulália. 4 de junho de 2025