Querido, encerro aqui o meu dizer
Mas não encerro o que ainda me habita
Tu viverás em cada novo verso
Como um traço discreto da memória
Foste semente no solo do afeto
E floresceste em formas de poesia
Não guardo mágoas, tampouco pedidos
Só a certeza de ter amado limpo
Agora descanso minha palavra
E ofereço a ti o que fui calando
Este livro não é sobre tua ausência
É sobre o amor que me fez verbo
Fui tua no que não se pôde viver
E hoje sou minha por ter escrito
A última carta é só um aceno
Do que jamais deixará de existir
Com amor eternizado, Eulália. 13 de junho de 2025