Amado, hoje meu peito te chamou
Sem palavras, mas com plena saudade
Fechei os olhos e te vi sorrindo
Como quem nunca partiu de verdade
Há tanto tempo não ouço tua voz
E mesmo assim ela ecoa em mim
A cada passo lembro teu perfume
E o calor de tuas mãos em minha dor
Sei que seguiste por outra estrada
Mas eu fiquei onde a gente sonhava
Fiz morada no que não aconteceu
E transformei tua ausência em poesia
O amor, dizem, é feito de presença
Mas o meu floresce no impossível
Sou jardim que te espera sem floração
Semeando versos na tua ausência
Com ternura eterna, Eulália. 3 de junho de 2025