Meu amor, guardei-me inteira pra ti
Mesmo sem saber se eras abrigo
Fiz morada em cada pensamento
Que tocava tua imagem distraída
Amar-te foi andar por fios finos
Sem rede, sem mapa, sem destino
Mas era leve, mesmo quando doía
Porque havia verdade em cada risco
Nunca te disse tudo o que sentia
Talvez por medo de te assustar
Ou por saber que não cabia em ti
O tanto de ternura que me habitava
Por isso, escrevo agora sem temor
Sabendo que é só pra mim e o papel
Pois a liberdade também é não calar
Mesmo que o outro nunca escute
Com entrega sem retorno, Eulália. 10 de junho de 2025