Meu amor, esta carta nunca partiu
Ficou guardada entre livros antigos
Escrevi com mãos trêmulas de medo
E olhos cheios de um desejo calado
Tu nunca soubeste o quanto te quis
Com aquele amor que quase dói em si
Cada palavra era uma vertigem
E cada verso, um segredo sagrado
Não ousei enviar-te o que sentia
Porque o mundo não entenderia
Nem tu, talvez, soubesses receber
O peso doce do que havia em mim
Mas aqui está, ainda intacta e viva
Como uma flor que nunca murchou
Porque foi regada apenas de dentro
Com silêncio protetor, Eulália. 9 de junho de 2025