Meu bem, percebi que a saudade cansa
Ela pesa no corpo e nos olhos
Faz do riso um gesto inacabado
E do toque um desejo que se esvai
Passei o dia sem dizer teu nome
Mas ele ecoou em cada silêncio
Até nas pausas que não me pertencem
Tu surgiste como lembrança viva
Talvez isso seja o que restou
Do amor que não venceu o destino
Mas se amar é manter viva a memória
Então ainda sou tua, mesmo só
Não por fraqueza, mas por escolha
De quem sabe que o sentir é nobre
E se o tempo levar tudo de mim
Ao menos deixo este papel com tua marca
Com cansaço terno, Eulália. 8 de junho de 2025
