Querido, hoje me vesti de leveza
Como se teu adeus já não pesasse
Andei por ruas que nunca cruzamos
Só pra provar que posso seguir
Mas a verdade é que, mesmo andando
Carrego em mim o chão que foi teu
Tua ausência não se move de mim
Ela habita as curvas da minha calma
Não sei mais o que é viver sem eco
Desde que tu te tornaste silêncio
Mas aprendi a chamar isso de paz
Mesmo quando fere, é paz disfarçada
Se um dia voltares, que seja sonho
Porque só no sonho ainda és meu
Na realidade, já és distância
E nisso, enfim, te reconheci
Com leveza doída, Eulália. 7 de junho de 2025