Querido, hoje amanheceu cinzento
E me lembrei do teu último adeus
Nem houve gesto, nem explicação
Só o eco de um silêncio decidido
Desde então, tenho falado com as paredes
E escutado respostas no vento
Aprendi a ouvir sem escutar nada
Porque tua falta ensina novos sons
Descobri que a saudade tem idioma
Feito de olhares que não se deram
E carícias que nunca se completaram
Cada dia sem ti é uma escola
Onde aprendo a viver sem tua presença
Mas desaprendo como não te amar
Tua ausência, mesmo muda, é palavra
E me escreve dia após dia
Com sombra e ternura, Eulália. 6 de junho de 2025