Querido, teus olhos não me esquecem
Mesmo que longe, ainda os enxergo
Brilham nas noites como duas luas
Iluminando os cantos da memória
O tempo insiste em passar sem piedade
Mas meu sentir ainda vive em ti
Guardo tuas cartas que nunca vieram
E os gestos que nunca chegaram a ser
Meu corpo aprendeu a tua ausência
Mas minha alma ainda se curva a ti
Cada silêncio teu me responde tanto
E tudo que cala me fala de nós
Sigo fingindo que a vida seguiu
Mas todo caminho ainda leva a ti
Não te culpo, só te reconheço em mim
Como se nunca tivesses partido
Com ternura, Eulália. 3 de junho de 2025