Meu amor, o silêncio fala de ti
Nas esquinas do quarto e da memória
Tua ausência anda entre meus objetos
E pousa leve nos cantos da alma
Há dias em que tua falta é ruído
E outros em que ela apenas respira
Teus passos, que já não cruzam a sala
Ainda estremecem o chão que habito
Eu aprendi a conviver contigo
Sem tua voz, sem teu cheiro, sem ti
Mas cada coisa em mim ainda te chama
Como quem sussurra um nome sem som
Aceitei que não voltarás jamais
Mas não consigo esquecer tua forma
És a sombra mais viva que me toca
E isso, amor, ninguém me poderá tirar
Com silêncio fiel, Eulália. 6 de junho de 2025