Meu bem, sonhei que nos perdíamos
Num campo vasto sem horizonte
Tuas mãos sumiam entre sombras
E minha voz não mais te alcançava
Acordei com lágrimas nos olhos
Como se a ausência já fosse real
Na mesa o café esfriava só
E os quadros te mostravam de costas
Teu nome pesava nos retratos
Como um suspiro esquecido no ar
Há amores que se vão devagar
Pisando leve para não ferir
E por mais que a alma tente esconder
O corpo sente quando o amor recua
Este poema talvez seja um fim
Escrito antes do fim acontecer
Com ternura temerosa, Eulália. 5 de junho de 2025