Entre Pedras e Encontros

Crônicas | 2023/4 Antologia Pedras que se encontram | Matile Facó
Publicado em 20 de Janeiro de 2024 ás 16h 52min

Havia um encanto peculiar nas pedras que pontilhavam o caminho à beira do rio. Elas não eram simples pedras; eram testemunhas silenciosas de histórias que a correnteza tentava sussurrar ao vento. Sob o céu amplo, onde as nuvens dançavam como sonhos fugazes, as pedras se encontravam em um jogo eterno de conexões.

Cada uma delas tinha sua própria história, esculpida por séculos de ventos persistentes e águas inquietas. Algumas eram lisas, como se o tempo tivesse suavizado suas arestas, enquanto outras mantinham-se ásperas, guardiãs de segredos mais intrincados. E ali, entre as pedras, a vida desdobrava-se como uma tapeçaria tecida pelas mãos invisíveis do destino.

As pedras que se encontravam contavam histórias de encontros inesperados. Às vezes, uma pedra de um leito distante do rio encontrava seu par, transportada pelas águas em uma dança que unia destinos. E ali, onde o rio murmurava seu cântico suave, formavam pares improváveis, ligadas por laços invisíveis.

Havia pedras que conheciam o peso da solidão, esperando por um encontro que mudaria suas vidas. Outras, mais afortunadas, encontravam companheiras para compartilhar o fardo do tempo. Cada arranhão e marca nas pedras contava uma narrativa única, uma crônica do tempo que não sabia esconder suas marcas.

Entre as pedras que se encontravam, floresciam amizades improváveis. Algumas eram como confidentes silenciosos, trocando segredos sussurrados pelo vento. Outras, mais próximas da margem, testemunhavam risos e conversas, enquanto os pássaros do rio se juntavam ao coro da vida.

Nas manhãs douradas e nas tardes melancólicas, os encontros entre as pedras ganhavam uma nova dimensão. Sob a luz que transformava o rio em um espelho de reflexos dançantes, as pedras revelavam nuances de cores antes ocultas. E ali, entre reflexos e sombras, os encontros das pedras ecoavam como um eco eterno.

Entre as pedras que se encontram, havia uma sabedoria silenciosa. Elas ensinavam que, assim como as águas do rio que nunca cessam sua jornada, a vida também é um constante fluxo de encontros e despedidas. Cada pedra, com sua história única, contribuía para o mosaico intricado da existência.

À beira do rio, onde as pedras testemunhavam a passagem do tempo, a magia dos encontros persistia. Na quietude da natureza, podia-se ouvir o murmúrio das águas, um sussurro suave que contava a história eterna das pedras que se encontram, compartilhando o peso da existência sob o olhar atento do universo.

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