Entre o Longe e o Perto
Tem coisa que parece, mas não é.
Ao longe, parecia raso.
Ao chegar perto, era fundo; não dava pé.
Tem coisa que parece, mas não é.
Ao longe, parecia doce como o mel.
Ao chegar perto, era amargo como o fel.
Tem coisa que parece, mas não é.
Ao longe, parecia agradável.
Ao chegar perto, era super deplorável.
Mas…
Tem coisa que parece, mas não é.
Ao longe, parecia lindo.
Ao chegar perto, era só algo distinto.
Tem coisa que parece, mas não é.
Ao longe, parecia ser amor.
Ao chegar perto, era um poço de rancor.
Tem coisa que parece, mas não é.
Ao longe, parecia um troféu.
Ao chegar perto, era só um auleu.
Mas…
Tem coisa que parece, mas não é.
Ao longe, parecia ser bom.
Ao chegar perto, era só ilusão.
Tem coisa que parece, mas não é.
Ao longe, parecia atraente.
Ao chegar perto, não era tão envolvente.
Tem coisa que parece, mas não é.
Ao longe, parecia tão normal.
Ao chegar perto, era mais do que banal.
Mas…
Tem coisa que parece, mas não é.
Ao longe, parecia uma boa história.
Ao chegar perto, era perda de memória.
Tem coisa que parece, mas não é.
Ao longe, parecia tão perfeito.
Ao chegar perto, só encontrei defeito.
Tem coisa que parece, mas não é.
Ao longe, parecia um porto seguro.
Ao chegar perto, era só um mar escuro.
Tem coisa que parece, mas não é.
Ao longe, parecia brilhar como ouro.
Ao chegar perto, era só pó sem tesouro.
Mas…
Tem coisa que parece, mas não é...
Poesia. Rose Correia.
Comentários
O poema serve de boa reflexão. É muito comum enganarmos pela aparência. Pensamos ser uma coisa, quando convivemos percebemos ser algo bem difuso do que imaginávamos! Parabéns, poetisa amiga!
Lorde Égamo | 09/03/2025 ás 17:01 Responder Comentários