Entre becos e vielas...
O coração acelera na favela
O sentimento pulsa forte
A violência toda dia, apela
Sobreviver é questão de sorte
Carne fresca chamuscada
Mais uma mãe de joelhos
Pólvora, faca, pedra e bala
Não foi falta de conselhos
Mas a vida é louca
O fim só chega quando termina
Sobrevivência pouca
Jovens movidos por adrenalina
Sobem e descem o morro
Com a quadrada ou fuzil
A favela pede socorro
Lei do silêncio, ninguém viu
A escola sem atrativo
Esgoto a céu aberto
Terra desceu, olha o perigo
Futuro quase incerto
O sistema sempre bruto
Dita as regras da terra
O poder absoluto
Conta os mortos dessa guerra
Precisamos do sorriso da criança
Seu brilho e sua beleza singela
Como Fonte de esperança
Para viver entre becos e vielas
ADAILTON LIMA