Ensaio sobre a CATADUPA

Ensaios | Jaque Monteiro
Publicado em 25 de Outubro de 2025 ás 03h 56min

CATADUPA

Jaque Monteiro

 

A Catadupa é rum novo gênero poético criado por Jaque Monteiro há alguns anos, mas que se tornou, oficialmente, pública, na primavera de 2025.

É um poema que, por sua configuração, lembra uma cascata de versos, ou ainda, pode lembrar uma escadaria.

Os poemas podem ser escritos em tercetos, quartetos ou quintetos, sem número máximo de estrofes, mas com, no mínimo, duas, para poder seguir a estrutura típica que a caracteriza.

Catadupas com apenas duas estrofes são chamadas de Catadupinhas, sendo elas em terceto, em quarteto ou em quinteto.

Se o poema for em tercetos, o primeiro verso tem uma palavra, o segundo, duas e o terceiro, três.

Segue-se essa construção para os quartetos e quintetos.

Para catadupas em quartetos: primeiro verso, uma palavra, segundo duas, terceiro, três e quarto, quatro palavras.

Para catadupas em quintetos: primeiro verso, uma palavra, segundo duas, terceiro, três, quarto, quatro e quinto verso, cinco palavras.

A primeira letra das palavras que iniciam os versos de cada estrofe, será ditada pela letra inicial da última palavra do último verso da estrofe anterior. (só não vale para a primeira estrofe, por não possuir estrofe anterior, neste caso a letra inicial dos versos desta estrofe é ditada pela letra inicial da primeira palavra do primeiro verso do poema)

A rima será ditada pela terminação da primeira palavra de cada estrofe.

Todas as palavras são contadas, inclusive conjunções, artigos, interjeições e cada vocábulo das palavras compostas.

O gênero possui título, todo com letras maiúsculas, lembrando o rochedo de onde escorre a cascata de versos.

A assinatura vem ao final, entre parênteses, mas não todo em caixa alta; e se pula pelo menos uma linha entre o texto e o nome ao final da Catadupa.

Os versos são iniciados por letras minúsculas e não possuem pontuação ao final da linha, exceto quando for pergunta ou exclamação, ainda assim o próximo verso começará com letra minúscula, mesmo os nomes próprios, nomes de lugares etc.

Uma outra dica é a escolha das palavras e a disposição destas nos versos, de forma que o tamanho dos versos da estrofe dê a sensação de uma cascata, do menor para o maior, sempre.

O alinhamento do texto pode ser à esquerda (o mais recomendado), centralizado ou à direita (menos indicado). Os alinhamentos à esquerda e à direita, dão a sensação de cascata lateral, já o alinhamento ao centro, dá a ideia de cascata central.

A Catadupa é ideal para construções coletivas, por não exigir limite no número máximo de estrofes.

 Lembre-se de que as estrofes da Catadupa não são frases picotadas em partes e nem são palavras soltas.

A seguir, teremos um exemplo de uma Catadupa em terceto:

 

 

BIG-BANG

 

sinete
selado bilhete
segredado o flerte

 

famigerado
flamejante, expectado 
furtivo choque compactuado

 

cúmplices 
comparsas súplices
comungam solares vórtices 

 

vigor
volúpia, calor
vaga razão, estupor

 

explosão 
êxtase, vazão
estadia lânguida, apagão 

 

apatia
apoteótica regalia
astros prostrados, calmaria 

 

(Jaque Monteiro)

 

Comentários

Adorei, linda estrutura!

Edson Bento | 25/10/2025 ás 11:44 Responder Comentários

Gratidão! É muito gostoso catadupar! Depois que aprendemos a estrutura, fica natural e divertido! Bem-vindo ao mundo catadupante!

Jaque Monteiro | 25/10/2025 ás 12:04 Responder Comentários

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