Sinopse: Um ensaio filosófico que reflete sobre a busca por controle, a ruptura provocada pelo inesperado e a necessidade de encontrar sentido no caos. Entre ordem e desordem, o texto convida o leitor a pensar sobre novos modos de amar e viver, deixando em aberto a pergunta que cada um precisa responder em sua própria experiência.

Emaranhado

Há quem viva entre linhas retas, acreditando que o controle garante equilíbrio. Cada passo é calculado, cada emoção colocada em seu devido lugar, como se a vida fosse uma engrenagem previsível. Esse desejo de ordem dá segurança, mas também limita.

Um dia, porém, o encanto inesperado se apresenta. Um olhar, um acontecimento, uma sensação que rompe a rotina. O que parecia sólido se desfaz; o que era claro se turva. E o coração, antes guardado, se descobre emaranhado. Surge então a pergunta inevitável: como lidar com o caos quando ele passa a habitar dentro de nós?

Talvez não seja possível retornar ao ponto de equilíbrio anterior. Talvez o verdadeiro aprendizado esteja em reconhecer que a bagunça também tem seu valor, porque nela germinam sentidos novos e formas de amar que não caberiam em linhas retas. O caos, de certo modo, revela que a vida não se curva às nossas regras.

Mas o que fazer diante disso? Aceitar? Resistir? Moldar-se ao inesperado? A vida, como sempre, guarda a resposta — e só a oferece a quem ousa permanecer na pergunta.