E lá se vão, em vão

Poemas | Dimar Monteiro Sanca
Publicado em 25 de Outubro de 2025 ás 13h 49min

E lá se vão, em vão 

 

Ainda sobre tempos e cores

Rostos e dores

Que o sorriso suaviza

Como um abraço aconchegante

 

Lá se vão os passos

Incontidos pela solidão

Onde prevalece o grito do silêncio

E lágrimas hesitantes

 

E se fosse um pedaço de nós?

Esperança deserta, inconveniências

Que se escondem em colinas

Destes caminhos vãos

 

E lá se vão, em vão

Punhos cerrados sob sol escaldante

Apagando o brilho que já foi a chama

De uma vida rasgada pelo instante

 

E lá se vão, em vão,

Olhares que imploram

Por uma gota de orvalho

Trazida pela mão da profecia

 

E lá se vão, em vão

Joelhos calejados

Por um silêncio vil

Forjado no calor da pele

 

E lá se vão, em vão,

As mãos que cortam o vento

Já não abraçam a esperança

Que deita murcha a cor do pecado

 

E lá se vão, em vão,

Tempos bastardos, pedaços de mim,

Pelo trilho da evolução destoada

De uma humanidade ainda cinza

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Comentários

Versos profundos! Vale uma boa reflexão!

Lorde Égamo | 25/10/2025 ás 22:07 Responder Comentários

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