E lá se vão, em vão
Ainda sobre tempos e cores
Rostos e dores
Que o sorriso suaviza
Como um abraço aconchegante
Lá se vão os passos
Incontidos pela solidão
Onde prevalece o grito do silêncio
E lágrimas hesitantes
E se fosse um pedaço de nós?
Esperança deserta, inconveniências
Que se escondem em colinas
Destes caminhos vãos
E lá se vão, em vão
Punhos cerrados sob sol escaldante
Apagando o brilho que já foi a chama
De uma vida rasgada pelo instante
E lá se vão, em vão,
Olhares que imploram
Por uma gota de orvalho
Trazida pela mão da profecia
E lá se vão, em vão
Joelhos calejados
Por um silêncio vil
Forjado no calor da pele
E lá se vão, em vão,
As mãos que cortam o vento
Já não abraçam a esperança
Que deita murcha a cor do pecado
E lá se vão, em vão,
Tempos bastardos, pedaços de mim,
Pelo trilho da evolução destoada
De uma humanidade ainda cinza
Comentários
Versos profundos! Vale uma boa reflexão!
Lorde Égamo | 25/10/2025 ás 22:07 Responder Comentários