Driblando a morte
(narrativa)
Era 12 de janeiro, quase sexta-feira 13, para o meu desespero não foi meu dia de sorte, fui brincar com a morte e caí do andar terceiro. Foram poucos segundos de terror, não senti nenhuma dor, quando vi, estava rodeado de expectadores, aí foi que entendi o cenário de horrores!
Quando estava esborrachado no chão, um calafrio no meu coração eu senti, ouvi uma voz rouca meio tosca, melosa e assombrosa dizendo assim: filho, não se preocupe, eu estou aqui.
Quem é você? Onde estou? Por acaso te conheço? Pasma, ela disse com apreço, eu sou a morte, meu amor e sua hora chegou.
Estava vestida de preto, magra, esquelética, em suas mãos uma enorme foice patente e no rosto um sorriso em riste, pensei agora se danou, arrumou confusão!
Ouvia passos apressados, uma correria, pedidos de socorro, uma gritaria, chamem o médico, liguem para o Bombeiro, Samu, quem chegar primeiro, Jesus, Ave-maria!
Como não sentia meu corpo, tentei respirar, dei um sopro e percebi que minha alma queria alçar voo, voar!
A vontade mesmo era pegar a morte a socos, agarrá-la pelo pescoço e lentamente a matar!
Ela me fitava e acompanhava o que acontecia, contudo, eu sabia que desta vez ela não me levava, foi aí que disse uma dona, ele não está morto, ele está em coma!
E nesta confusão chegou o Dr. Cipriano, falou baixinho em meu ouvido, muita calma nessa hora meu querido, foi só um traumatismo craniano!
Foi assim acenei para a morte, como desse a ela boa sorte e vi-a desintegrando, gradualmente se afastando e sumindo no horizonte, por enquanto ganhava a disputa, mas continuava a labuta, pois, a vida é feita de condutas, tropeços, quedas e de lutas!
Morrer é um ato covarde de quem não luta para viver!
Edbento!