Drama na Geladeira

Poemas | Carlos Roberto Ribeiro
Publicado em 26 de Abril de 2025 ás 16h 36min

Acordei com fome, que desespero,
Fui direto à geladeira, num passo ligeiro.
Mas só encontrei um tomate cansado
E um ovo com cara de desacordado.

 

Tinha um alface que virou tapete,
E o leite? Um iogurte do capeta, com afeto e bilhete:
“Já passei da validade, não me responsabilizo.”
Me senti traído… é só o que eu preciso!

 

Fui fritar o ovo, mas ele me olhou torto:
“Nem vem com espátula, me deixa aqui morto.”
Liguei o fogão, cadê o gás? Fugiu!
Deixou um bilhete também: "Queimar as bocas não é mais do meu feitio."

 

Fui pedir um delivery, falei: “tô faminto!”
Veio um pastel de vento com cheiro de labirinto.
Veio mole, triste, com a borda caída...
Disse: “Me jogaram na gordura da vida.”

 

Moral da história: comida tem alma, tem humor,
E a minha geladeira? Um teatro de horror.
Se rir é remédio, já tô medicado...
Mas alguém traz um miojo, tô desesperado!

 

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