Dona do rosto trincado
Poemas | Rosilene Rodrigues Neves de MenesesPublicado em 04 de Dezembro de 2025 ás 16h 17min
Eis aí a dona do rosto trincado de sonhos,
pele marcada por luas ausentes,
um mapa estelar desenhado em sulcos.
Adormecida dentre as estrelas,
não em paz, talvez,
mas em suspensão,
um cometa ferido em repouso.
Cada fragmento do rosto,
um eco de risos perdidos,
de juramentos quebrados ao amanhecer,
de abraços que evaporaram no tempo.
Os olhos fechados,
portais para um universo implodido,
onde galáxias de esperança
foram engolidas por buracos negros.
Mas mesmo assim,
no silêncio cósmico do sono,
uma faísca teima em brilhar,
uma promessa sussurrada em constelações distantes.
A dona do rosto trincado,
espera, quem sabe,
um novo amanhecer,
um concerto de estrelas renascidas.