Não sei como fui gostar tanto assim de você,
que me inquieta, me invade, me transforma,
como o vento molda as areias do deserto,
sem aviso, sem descanso, sem fim.
Sou seu homem, preso ao seu querer,
um cometa em órbita cega ao redor do seu brilho,
sua presença é meu sol, minha sombra,
e ainda assim, sua ausência me devora.
Dizem que sou dependente, prisioneiro,
mas o que sabem eles do mistério do desejo?
Você me faz e me desfaz,
e eu, no caos do seu mundo, encontro meu sentido.
Se amar é perder-se, que assim seja,
pois prefiro o abismo de você
à segurança de um vazio sem nome.