Do Meu Lugar de Fala

Poemas | Carlos Roberto Ribeiro
Publicado em 08 de Agosto de 2024 ás 17h 00min

Revolta imensa que me consome e aflige,

Dos laços quebrados, ausências que martirizam,

Das almas perdidas que não pude conhecer,

E das despedidas tão breves que marcaram meu ser.

 

Revolta que brota das injustiças antigas,

Heranças do passado que ainda persistem,

Negados direitos, privilégios inalcançados,

Meu coração estremece, sentimentos abalados.

 

Percebo agora a chama que em mim ardia,

Direitos negados, sonhos tolhidos na agonia,

Se me fossem concedidos, voaria pelo infinito,

Mas esta sociedade cruel me mantém no abismo.

 

Eis a face perversa da sociedade racista,

Que camufla a escravidão com nova roupagem,

O mesmo modus operandi, lâmina afiada,

Minha revolta explode em fúria selvagem.

 

Quão dramático é o lamento que entoo,

Pelos que não poderei conhecer, abraçar, amar,

Desabafo em versos que ecoam,

Enquanto a crueldade persiste, não irei me calar.

Do meu lugar de fala continuarei a guerrear.

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