DÍSTICOS DE RACISMO E PAZ

Poemas | Tony Antunes
Publicado em 08 de Dezembro de 2025 ás 11h 24min

DÍSTICOS DE RACISMO E PAZ

Tony Antunes

 

O dístico é um poema de duas linhas, ou de dois versos, é pouco escrito e, talvez por isso, pouco divulgado. Como exemplo desse gênero poético, trago alguns dos meus:

 

1 - A paz baila nas cordas bambas tontas e entorcidas de pranto e morte,

Equilibra-se sobre os rastros das balas genocidas.

 

2 - Corpos de peitos nus da jovem negritude favelada,

Corpo-alvo ao ermo de fuzis das estatais e das milícias.

 

3 - O algoz, do nascer ao morrer, em meio às balas perdidas,

Metralha corpos pobres de almas-flores.

 

4 – Assassinaram a Paz no âmago humano,

Desumanamente, vive-se, mata-se e morre-se.

 

5 – Em selfies de nudes criminosos são destaques,

Aparecem na net com caras e bocas estouradas.

 

6 – Os que gritam por Arte, Pão e Paz

Estão nas miras dos antissociais – à direita.

 

7 – Em flácidas vidas sucumbem às pedras,

As granadas do fascismo matam o viço.

 

8 – No lapso mental - negro mata negro favelado,

Sucumbem imorais na perdição da mortandade.

 

9 – A Fé na Paz virou negociata dita Cristã,

Mais vale o dízimo de quem mais paga a pastores vis.

 

10 – O tapa na cara da mulher negra é um acinte,

Dimensiona o racismo ismo-ismo-ismo.

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