DÍSTICOS DE RACISMO E PAZ
Tony Antunes
O dístico é um poema de duas linhas, ou de dois versos, é pouco escrito e, talvez por isso, pouco divulgado. Como exemplo desse gênero poético, trago alguns dos meus:
1 - A paz baila nas cordas bambas tontas e entorcidas de pranto e morte,
Equilibra-se sobre os rastros das balas genocidas.
2 - Corpos de peitos nus da jovem negritude favelada,
Corpo-alvo ao ermo de fuzis das estatais e das milícias.
3 - O algoz, do nascer ao morrer, em meio às balas perdidas,
Metralha corpos pobres de almas-flores.
4 – Assassinaram a Paz no âmago humano,
Desumanamente, vive-se, mata-se e morre-se.
5 – Em selfies de nudes criminosos são destaques,
Aparecem na net com caras e bocas estouradas.
6 – Os que gritam por Arte, Pão e Paz
Estão nas miras dos antissociais – à direita.
7 – Em flácidas vidas sucumbem às pedras,
As granadas do fascismo matam o viço.
8 – No lapso mental - negro mata negro favelado,
Sucumbem imorais na perdição da mortandade.
9 – A Fé na Paz virou negociata dita Cristã,
Mais vale o dízimo de quem mais paga a pastores vis.
10 – O tapa na cara da mulher negra é um acinte,
Dimensiona o racismo ismo-ismo-ismo.