DIGA A ELE QUE EU EXISTO

Prosa Poética | Lorde Égamo
Publicado em 19 de Novembro de 2024 ás 13h 05min

Diga a ele que que eu existo         

Aquela carente criança, maltrapilha, faminta, cujo único pecado era ser pobre!

Morava com sua velha mãe, já adoentada, às aulas escolares costumeiramente faltava, vivia reprovado, diziam ser um caso perdido e juntava-se a outras crianças na mesma situação ou talvez piores!

Circunstâncias para as quais fazemos vistas grossas.    

Não há ninguém que queira socorrê-lo, ninguém para lhe dar a mão e mostrar o outro lado da vida, para ele desconhecido!

O mundo, para aquela criança, passa a ser um ambiente hostil, estúpido até!

Segundo a lei, a criança tem direitos que são ignorados pela sociedade como um todo, em especial uma criança desprovida daquilo que as crianças abastadas têm de sobra, em especial o afeto e o carinho!

Toda criança, por natureza é travessa.                                   

Se a elas ensinarmos as coisas do bem, se tornarão pessoas de bem.                                                                          Se as deixarmos à própria sorte será desastroso, pois todas trazem dentro de si, umas mais outras menos, doses de traquinice!

Juntando as “diabruras” inerentes às crianças, à toda maldade latente que permeia a natureza humana teremos um fato concreto!

Será que não há remissão para aquela criança?

Será que aquela criança está fadada a ser um pária da sociedade?

Poderá ser que inconscientemente a estejamos empurrando para o abismo!

Talvez o esporte possa ser uma saída válida, pois canalizaria toda a sua impetuosidade, sua energia, seu furor, sua angústia por ser rejeitado, ser tratado como um mau elemento, para algo saudável e que poderá se tornar útil, a si e à sociedade!

 

Certa feita aquela criança insultou ao seu professor de forma provocativa, beirando a humilhação. Este não se conteve e disse: “menino, ao final do dia vou conversar com o seu pai”. O menino de pronto responde: “Tio, quando você encontrar com ele não esqueça, por favor: diga a ele que eu existo” .

 

 

         

Comentários

Mostra bem o sofrimento da criança e falta que um pai faz na vida de um filho.

SERGIO EDUARDO DA SILVADa Silva | 19/11/2024 ás 14:07 Responder Comentários

Triste e verdadeiro. Algo me chama a atenção... uma possibilidade de solucionar este problema que é, infelizmente, tão recorrente no Brasil: esporte. A isto acrescentaria arte. Esporte e arte podem ser vias muito bonitas de canalização dos nossos instintos... Gratidão pela reflexão carregada de Poesia e emoção, amigo.

Noi Soul | 19/11/2024 ás 14:44 Responder Comentários

Infelizmente uma criança abandonada, ela experimenta sentimentos de tristeza, medo, ansiedade e solidão. Essas emoções podem ser intensificada pelo fato que a criança não tem habilidades de entender completamente o que está acontecendo ao seu redor.

RaquelDe Lima Breviglieri | 19/11/2024 ás 15:03 Responder Comentários

Belíssimo texto! Um problema recorrente que piora a cada dia, crianças sem pais... De quem é a culpa? Não sei, só sei que seu texto é maravilhoso e provocativo. Parabéns!

ADAILTON LIMA | 19/11/2024 ás 15:09 Responder Comentários

Infelizmente é esta a realidade, com certeza a cultura e o esporte pode ser a solução, mas aí esbarramos na falta de oportunidades para que a criança desenvolva suas habilidades! Um texto triste, mas realista! Parabéns!

Edson Bento | 19/11/2024 ás 20:28 Responder Comentários
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