DIÁLOGO POÉTICO
Perguntei ao Tempo, na quietude da tarde,
Por que sua marcha é tão veloz,
Por que os dias se esvaem como areia fina
entre os dedos das minhas mãos?
Ele não usou palavras grandiosas,
Nem usou a pressa que lhe é peculiar.
Sua voz era um sussurro de folhas secas.
O Tempo me respondeu:
"Eu não passo depressa...
Eu apenas dou espaço para o novo brotar.
Minha velocidade é a medida da sua intensidade.
Se você me preenche de significado,
De cada riso vivido, de cada aprendizado profundo,
Eu pareço encurtar, pois o que é pleno não precisa de extensão.
Eu sou rápido para quem espera o futuro,
E lento para quem se detém no agora.
Minha pressa é um espelho:
Mostra onde seu olhar está fixado.
Eu não sou seu inimigo, sou seu parceiro.
Corro para que você não se acomode,
Para que cada instante seja vivido com a urgência da beleza."
Então, concluí que meu TEMPO é precioso,
Não pela quantidade de horas que me são dadas,
Mas pela densidade de cada momento vivido.
Eu o aproveito, vivendo com intensidade,
Fazendo de cada amanhecer um ato de presença,
E de cada desafio, um degrau de aprendizado.
O Tempo não foge; ele se transforma em memórias ricas,
Em cicatrizes que contam histórias de coragem.
Se ele corre, é porque eu estou correndo junto,
Com o coração aberto e a alma em plena ação.
Meu tempo é precioso porque é meu,
E eu o preencho com o agora vibrante.