Dia do Nordestino
Prosa Poética | Carlos Roberto RibeiroPublicado em 08 de Outubro de 2024 ás 15h 22min
Povo nordestino e sua mania de construir e salvar o Brasil. Na força das mãos calejadas, no suor que se mistura ao sol abrasador, o Nordeste ergue alicerces não só de concreto, mas de histórias que sustentam o país. Do sertão ao litoral, são os passos firmes e decididos que ecoam nas metrópoles do Sudeste, cidades moldadas por quem trouxe nas costas o peso de construir um futuro para todos. Cada parede erguida, cada estrada pavimentada, carrega consigo a marca de um povo que sabe transformar a escassez em força, a luta em esperança.
Foi também no brado de liberdade que o Nordeste se fez Independência. Lá, nas margens da Bahia, o sangue derramado pelos filhos da terra foi o que selou o destino da nação. Não foi na corte, não foi no parlamento: a verdadeira Independência do Brasil ecoou nos campos baianos, quando a coragem do povo se levantou contra a opressão portuguesa. De 1822 a 1823, a Bahia mostrou ao mundo que o Brasil seria livre pela vontade de seus filhos, e o grito do 2 de Julho ainda ressoa como símbolo de resistência e soberania.
E hoje, em tempos tão recentes, o Nordeste se ergueu mais uma vez como guardião da democracia. Quando a escuridão do fascismo ameaçou apagar a chama da liberdade, foi o voto consciente do nordestino que trouxe luz de volta ao horizonte. Em meio às dificuldades e às promessas vazias, o povo nordestino escolheu a dignidade, recusou o ódio e segurou, com firmeza, o destino da nação em suas mãos. Não por si, mas por todos, como sempre fez.
O Nordeste não é apenas uma terra, mas uma força que vive e pulsa no coração do Brasil. É um povo que sabe que construir não é só erguer muros, mas derrubá-los quando necessário. Salva o Brasil porque é parte essencial dele, porque nele corre o sangue de quem sempre soube transformar o desamparo em resistência e a resistência em vitória.